Divulgação do preço mínimo serve de referência e ajuda na comercialização do produto entre produtor e indústria.

Na última segunda-feira (11), a Coordenadora de Mulheres da FETRAF-RS e representante da instituição na temática do leite, participou da reunião estadual do Conseleite. A reunião teve como pauta a apresentação da projeção dos valores de referência do leite e debate sobre a atual situação do setor lácteo brasileiro.

O ponto central foi a retomada da divulgação do preço de referência do valor pago pelo litro do leite no Rio Grande do Sul. Os dados pararam de ser apresentados em janeiro deste ano, com o valor consolidado de dezembro e a projeção para janeiro.

Um dos pontos que motivou a suspensão foi a rescisão do convênio de contratação da instituição que fazia a pesquisa e levantamento de dados. A retomada desse acordo entre a Secretária de Desenvolvimento Agrário do Rio Grande do Sul com a Universidade de Passo Fundo (UPF) viabilizará a divulgação desse elemento.

A volta do indicador vem com uma mudança do cálculo. Anteriormente o valor levava em consideração os 10 primeiros dias do mês, sendo que agora passa a considerar os primeiros 20 dias, buscando refletir melhor a realidade da atividade.

A retomada da divulgação do preço é um ponto muito importante para o setor e também uma reivindicação dos movimentos e instituições representativas do campo e do setor leiteiro. Esse número é um balizador do preço pago, atuando como referência na relação dos produtores com os compradores do produto sendo que o valor projetado ficou em R$2,1051.

Crise do setor leiteiro

O ano de 2023 escancarou a crise do setor leiteiro que já vinha se acumulando com o passar dos anos. A alta das importações e a baixa no consumo derrubou os preços trazendo diversos transtornos para toda a cadeia produtiva.

A FETRAF-RS em conjunto com demais entidades representativas realizaram diversas agendas e mobilizações para que o poder público olhasse com mais atenção ao problema. Em resultado as negociações, além da retomada na divulgação do preço ainda está em curso a implementação de uma subvenção por 6 meses para que os produtores possam recuperar a capacidade produtiva devido à crise e também o estabelecimento de um grupo de trabalho a fim de criar uma política estruturante para o setor.

Segundo levantamento do Cepea/Esalq-USP, até outubro, a queda do preço pago aos produtores chegava a de 24,8%. Com algumas medidas anunciadas como a suspensão de importações e também a retomada da divulgação do preço de referência a expectativa é que o preço estabilize pelo primeiro período de 2024 e volte a reagir a partir de março.

Para a representante da federação no Conseleite, Cleonice Back “a divulgação do preço mínimo, dá uma margem maior de negociação dos produtores com a indústria, por ter uma referência mínima de preço. Desde o mês de fevereiro até agora, nós não tínhamos mais essa referência no estado do Rio Grande do Sul, sendo que sua retomada representa um avanço importante”

A FETRAF-RS avalia a medida de forma positiva e ressalta o papel das negociações estabelecidas e da pressão realizada frente ao governo estadual e federal nas medidas que vem sendo anunciadas em socorro aos produtores. Ainda, afirma que continuará em busca de mais medidas que ajudem a superar o momento difícil que foi o ano de 2023 e também em busca de uma política estruturante para o setor que tenha como objetivo melhorar as condições dos produtores e auxiliar no crescimento.

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