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Federação dos trabalhadoes na agricultura familiar do Rio  Grande do Sul

“Construindo um futuro melhor para a agricultura familiar”

Federação dos trabalhadoes na agricultura familiar do Rio  Grande do Sul

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Chuvas no Rio Grande do Sul afetam gravemente a agricultura familiar

As intensas chuvas registradas nos últimos dias no estado, tem consequências severas aos agricultores e agricultores de todo o estado com percas significativas na produção e infraestrutura produtiva.

Nos últimos dias o Rio Grande do Sul tem sido severamente afetado pelas chuvas intensas causando estragos em todo o estado. Segundo boletim da Defesa Civil do Rio Grande do Sul emitido às 9h do dia 07/05 foram 388 municípios e 1,3 milhões de pessoas afetadas. O rastro de destruição é grave desalojando 155,7 mil pessoas sendo que destas 48,1 mil seguem em abrigos. O último boletim traz também 90 óbitos confirmados, 132 desaparecidos e 361 feridos.

Os danos se estendem para todos os setores da economia gaúcha sendo que a agricultura foi fortemente afetada. No estado 40% do PIB corresponde as atividades agrícolas desempenhadas em todo o Rio Grande do Sul, sendo que as chuvas trazem graves consequência para os produtores e para toda a população.

Produção

Por mais que ainda não foi possível avaliar de forma exata o quantitativo das perdas sabe-se que diversas culturas foram afetadas. Soja, arroz, hortaliças, frutas e olericulturas bem como a produção de leite e pecuária já vem trazendo perspectivas difíceis frente a situação climática.

Segundo dados da Emater-RS em relação ao arroz e a soja ainda restam para colher 1,6 milhões de hectares, o equivalente a 24% da área cultiva. As fortes chuvas, porém, podem fazer com que toda ou parte significativa dessa produção seja perdida.

Em relação as hortaliças e olericulturas, o volume expressivo de chuvas afeta diretamente a sua produção. O excesso de água apodrece as raízes fazendo com que a planta cresça menos ou até não possa ser consumida. Segundo dados da Emater/RS, rúcula, alface, repolho, cenoura, beterraba, mandioca, cebola e morango são as mais prejudicadas.

A produção de leite, que já vinha enfrentando graves dificuldades no último período foi mais uma vez fortemente atingida. O Rio Grande do Sul é o terceiro maior produtor de leite do país, garantindo 12,3% da produção nacional. Com propriedades isoladas e perdas de rebanho a atividade leiteira e também a produção agropecuária ficam comprometidas.

Para o Coordenador Geral da FETRAF-RS, Douglas Cenci, “É importante lembrar que os agricultores vêm sofrendo há quatro anos com fortes estiagens e enchentes, o que degrada a capacidade produtiva e econômica inviabilizando a permanência no campo de milhares de produtores que não tem nenhuma perspectiva de sobrevivência. ”

Infraestrutura

Outro ponto crítico em relação a produção agrícola no estado são as obstruções de vias terrestres e as perdas de infraestrutura. Com estradas bloqueadas muitas propriedades estão ilhadas carecendo de produtos básicos para subsistência da família e dos próprios animais além de não ter para onde escoar a produção que resta.

Em relação ao leite, por exemplo, a matéria prima, se não levada para preparo e envasamento, não pode mais ser aproveitada. Por outro lado, as indústrias e cooperativas, estão sem produtos básicos, como embalagens para dar seguimento a produção do pouco que chega.

Nas demais atividades, perdas de galpões, silos de armazenagem e as próprias residências dos agricultores e agricultoras familiares também trazem graves consequências. A falta de locais próprios para a conservação faz com que a produção que já foi colhida tenha que ser descartada ou até que tenha sido perdida juntamente com as estruturas que foram levadas pelas águas.

Ações

A FETRAF-RS, vem despendendo todos os esforças possíveis na busca de soluções e alternativas para auxiliar os agricultores e agricultoras familiares nesse momento. Desde o início das chuvas e das suas consequências catastróficas a federação está reunida com autoridades a nível estadual e nacional bem como atuando junto aos seus sindicatos de base a nível municipal.

Também segue a busca por dados concretos das perdes ocasionadas pelas chuvas à agricultura familiar a fim de que possamos traçar estratégias mais específicas e direcionadas para as várias atividades atingidas.

“Lamentamos todas a vítimas e perdas que ocorreram em decorrência das enchentes, todos os nossos sindicatos estão auxiliando os atingidos e não vamos medir esforços para auxiliar os atingidos. É urgente socorrer os agricultores neste momento extremo que vivemos”, afirma Cenci.

Juntamente com outras entidades representativas da agricultura familiar, a FETRAF-RS vem construindo uma pauta com demandas para o governo estadual e federal que deverá ser entregue nos próximos dias. 

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