
A Federação dos Trabalhadores na Agricultura Familiar do Rio Grande do Sul (FETRAF-RS) vem por meio desta manifestar sua preocupação em relação ao aumento da taxa básica de juros, anunciado no dia 29/01 pelo Banco Central, elevando a Selic de 12,25% para 13,25% ao ano.
A FETRAF-RS avalia que a medida é prejudicial para a agricultura familiar, com efeito de frear o desenvolvimento econômico, estabelecendo juros altos que beneficiam apenas o mercado financeiro e especuladores.
O aumento da taxa de juros reflete diretamente no dia-a-dia da agricultura familiar, resultando em maiores custos de produção, encarecendo os insumos. A elevação das taxas de juros da Selic limita o acesso e encarece o crédito agrícola reduzindo o poder de investimento, a renda e a capacidade de consumo da agricultura familiar, além de diminuir o consumo dos produtos oferecidos pelos agricultores.
Tal medida agrava a situação de endividamento, especialmente dos agricultores gaúchos fortemente atingidos pelas enchentes e estiagens. Além disso, a alta da Selic impacta na redução do volume de crédito disponível no mercado e no poder de compra das famílias brasileiras, que são levadas a priorizar o pagamento das contas básicas do núcleo familiar e deixam de consumir.
Condenamos esse aumento e o anúncio feito pelo Copom de um próximo reajuste de 1 ponto percentual previsto para 19 de março deste ano. Reafirmamos que o Banco Central deve estar a serviço da agricultura familiar e do povo brasileiro e não do mercado financeiro especulativo, que busca massificar seus lucros a qualquer custo. Seu papel é de colaborar com o desenvolvimento estratégico do país, no qual a agricultura familiar é parte fundamental. Os agricultores alimentam a nação e precisam de um Banco Central que colabore com o seu desenvolvimento.



